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Protestos atrapalham discurso inaugural do primeiro-ministro tailandês

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BANGCOC - O novo primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, deu nesta terça-feira (30/12) seu discurso inaugural na sede do ministério das Relações Exteriores depois que a polícia antidistúrbios não conseguiu dispensar os manifestantes em frente ao parlamento. "Meu governo restaurará a normalidade no país e fará a Tailândia vitoriosa", afirmou o novo dirigente de 44 anos, cujo discurso foi boicotado pelos deputados da oposição. Abhisit, eleito pelo parlamento há duas semanas, já atrasou em um dia seu discurso pelos protestos de milhares de "camisas vermelhas" leais ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, derrubado em um golpe militar em 2006. O premiê teve de fazer seu discurso na chancelaria, já que a polícia não conseguiu abrir passagem entre os cerca de 2.000 manifestantes para que os deputados entrassem no Parlamento. Abhisit disse que quer sanar as feridas econômicas, sociais e políticas causadas por meses de protestos contra os gabinetes anteriores, que levaram milhares de opositores a ocupar a sede do governo e os dois aeroportos de Bangcoc, bloqueando o tráfego aéreo e prejudicando milhares de turistas. No domingo passado, milhares de partidários do ex-premier no exílio se reuniram em Bangcoc para exigir novas eleições. A polícia calculou o número de manifestantes em 20.000, mas os organizadores do protesto anunciaram 50.000 presentes. "Nossa exigência é que Abhisit ordene a dissolução do Parlamento porque ele não tem legitimidade", disse Jatuporn Prompan, um dos líderes dos protestos. Thaksin Shinawatra, 59 anos, chegou a pedir ao Exército que não interferisse nos assuntos políticos da Tailândia. Detestado pela aristocracia e parte da classe média de Bangcoc, o ex-premiê tem o apoio da população rural e dos mais pobres, em particular no norte da Tailândia. Abhisit é o terceiro primeiro-ministro designado nos últimos meses no país. Em fevereiro de 2008, Samak Sundaravej, aliado de Shinawatra, foi eleito depois das legislativas de 2007 que acabaram com 15 meses de administração militar. Apaixonado por culinária, Samak foi destituído em setembro pela justiça por ter continuado a apresentar um programa de TV sobre o tema e ser remunerado pela função. Somchai, nomeado em seguida, foi obrigado a renunciar em 2 de dezembro pela Corte Constitucional, que cassou seus direitos políticos por cinco anos.