JERUSALÉM - Três escritores israelenses de renome, David Grossman, Amos Oz e A.B. Yehoshua, se pronunciaram a favor de um cessar-fogo imediato com o Hamas, enquanto Israel prossegue pelo quarto dia consecutivo com os ataques aéreos contra o movimento radical islâmico na Faixa de Gaza.
"Para não adicionar mais mortos e mais destruição, devemos cessar total e unilateralmente o fogo durante 48 horas, e inclusive se os palestinos dispararem contra Israel, não responderemos", escreveu Grossman no jornal Haaretz. "Melhor ainda: vamos convidar os países vizinhos e distantes a uma mediação entre nós e vocês para que o cessar-fogo retorne", acrescentou.
O cessar-fogo de seis meses entre Israel e o Hamas negociado com a mediação do Egito acabou no dia 19 de dezembro. O Hamas voltou a lançar foguetes contra o sul de Israel, que no sábado respondeu com uma ofensiva aérea de grande escala.
Oz e Yehoshua também defenderam o cessar-fogo em entrevistas à imprensa italiana citadas pelo Haaretz. "Chegou o momento de um cessar-fogo total, esperando que os palestinos deixem de disparar contra nós e que, em troca, suspendamos o bloqueio imposto à Faixa de Gaza", afirmou Amos Oz ao jornal italiano Corriere della Sera.
Já A.B. Yehoshua declarou ao La Stampa: "A operação israelense era necessária, mas agora é preciso colocar um fim rapidamente. Continuaremos sendo vizinhos e quanto menos sangue for derramado, melhor será para o futuro".
Yehoshua afirmou ainda desejar que o cessar-fogo inclua "a abertura completa dos pontos de passagem entre Israel e a Faixa de Gaza e que os operários palestinos possam trabalhar em Israel. "Devemos normalizar nossas relações", acrescentou.
Pelo menos 360 palestinos, em sua maioria membros do Hamas, mas também mais de 50 civis, morreram desde sábado na ofensiva aérea israelense em Gaza. No mesmo período, quatro pessoas morreram em Israel nos disparos de foguetes palestinos.