HAVANA - A ofensiva final contra a ditadura de Fulgencio Batista lançada pelo Exército Rebelde de Fidel Castro desencadeou uma seqüência de acontecimentos que precipitaram o triunfo de 1º de janeiro de 1959.
Enquanto Fidel e seu irmão Raúl lutavam nas montanhas do oriente, o comandantes Ernesto 'Che' Guevara e Camilo Cienfuegos - o outro líder rebelde emblemático, que desapareceu junto com seu avião, em outubro de 1959 - lutavam em Las Villas (centro) apoiados pelas forças independentes do Diretório Revolucionário e a II Frente de Escambray.
A seguir, o prelúdio da vitória dia-a-dia:
SEGUNDA-FEIRA, 20 de janeiro: os guerrilheiros de Che iniciam o ataque a Santa Clara, capital de Las Villas, onde fica bloqueado um trem blindados com 22 vagões lotados de militares, fuzis, metralhadoras e canhões antiaéreos que Batista enviava para o oriente, numa última tentativa de conter a rebelião.
TERÇA-FEIRA, 30 de janeiro: os soldados se fortalecem nas colinas de Santa Clara e o trem militar tenta escapar, cai numa emboscada e descarrila. Os rebeldes fazem prisioneiros e apreendem as armas.
QUARTA-FEIRA, 31 de janeiro: Batista prepara sua fuga. Na festa de fim de ano no Palácio Presidencial, renuncia e sai às pressas para o Quartel Columbia, onde o espera um DC-3 com os motores ligados. Em dois aviões, parte com sua família e seus principais colaboradores para Santo Domingo, onde é recebido pelo ditador Rafael Trujillo.
QUINTA-FEIRA, 1o. de janeiro: Eloy Gutiérrez Menoyo, chefe da Frente de Escambray, entra em Havana às três da tarde com 1.000 homens. Che Guevara comunica a Fidel Castro por rádio que tomou o quartel de Santa Clara. Seus 340 homens derrotaram 3.000 soldados.
Fidel ordena a Guevara e Cienfuegos que avancem para Havana. Outra coluna rebelde se aproximada da oriental Santiago de Cuba. À tarde, Raúl Castro pede a rendição da cidade, e Fidel a acerta, em seu acampamento na periferia, com o chefe do Quartel de La Moncada às nove da noite.
Homens e mulheres de pijamas recebem Raúl nas ruas de Santiago. Fidel chega tarde da noite e, em um ato, que acaba na madrugada do dia 2, proclama o triufno da rebelião na sacada da prefeitura, ante uma multidão empolgada.
SEXTA-FEIRA, 2 de janeiro: durante a madrugada, Manuel Urrutia jura como presidente - e renuncia pouco depois. Camilo entra em Havana e toma Columbia. Che parte rumo à cidade com seus homens em caminhões. Fidel deixa Raúl em Santiago e começa um percurso de 1.000 km para a capital, a 'Caravana da Vitória', transmitida pela televisão.
SÁBADO, 3 de janeiro: Che entra em Havana durante a madrugada e toma a fortaleza de La Cabaña.
SEGUNDA-FEIRA, 5 de janeiro: Fidel chega a Camagüey, fala ao povo, se reúne com Urrutia no avião presidencial - em vôo para a Havana - e conversa no aeroporto com Che, que viajou para receber instruções.
TERÇA-FEIRA, 6 de janeiro: Fidel Castro chega a Santa Clara e fala com uma multidão.
QUARTA-FEIRA, 7 de janeiro: Fidel chega a Matanzas - próxima à Havana. Fala com a população e se reúne novamente com Che.
QUINTA-FEIRA, 8 de janeiro: Fidel e sua tropa entram em tanques, jipes e caminhões em Havana, numa apoteose geral. Camilo o espera em El Cotorro, entrada da cidade, e se soma a caravana, que parte para a Avenida del Puerto e Malecón.
Em Cabaña, Che acompanha com binóculos o percurso. Fidel chega em Columbia, onde pronuncia o discurso de consagração do triunfo da Revolução.