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Explosão em frente a um centro eleitoral deixa 36 mortos no Paquistão

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PESHAWAR - Pelo menos 36 pessoas morreram e 15 ficaram feridas neste domingo (28/12) na explosão de um carro-bomba diante de um centro eleitoral na região noroeste do Paquistão, uma zona muito afetada por uma violenta campanha que pretende impor a lei islâmica. O carro-bomba destruiu uma escola na cidade de Buner, no conturbado vale de Swat, onde os eleitores votavam para eleger parlamentares. A eleição foi suspensa depois do atentado. Além da escola, a bomba provocou danos graves nas casas próximas. Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque, mas o Exército paquistanês combate os talibãs na região do vale de Swat - que já foi uma área turística - há mais de um ano, o que não foi suficiente para conter a violência. O ataque foi o último de uma onda de atentados suicidas e ações violentas no Paquistão que deixaram mais 1.500 mortos nos últimos 18 meses. O balanço de 36 mortos foi confirmado à AFP pelo polical Behramand Jan. "O suicida fez o carro repleto de explosivos se chocar com o muro da escola", o que provocou uma devastação em massa". Sete dos 15 feridos estão em condições críticas e foram levados para um hospital de Peshawar, a capital da Província da Fronteira do Noroeste. Entre as vítimas fatais estão dois policiais. As equipes de resgate ainda procuram entre os escombros possíveis sobreviventes. Testemunhas afirmaram à AFP que logo depois da explosão, os moradores da área tentaram retirar as pessoas dos destroços com as próprias mãos. O vale de Swat se tornou um campo de batalha desde que o clérigo radical Maulana Fazlulah, ligado ao movimento talibã paquistanês, lançou uma campanha violenta para a introdução da lei islâmica, sharia, na região.