Um suicida fingindo precisar de ajuda com seu carro matou neste domingo (28/12) 26 pessoas e deixou 15 feridos em Buner, distrito do noroeste do Paquistão vizinho ao Vale do Swat, onde o Exército paquistanês enfrenta militantes há mais de um ano. A informação foi dada por autoridades locais. O atentado aumenta o temor de que a violência se intensifique na região fronteiriça com o Afeganistão, no momento em que tropas paquistanesas são retiradas dessa área para se concentrarem perto da Índia.
O local atingido era uma escola, onde eleitores votavam em uma eleição especial para uma cadeira da Assembléia Nacional. "O suicida parou seu carro na frente da seção eleitoral e pediu às pessoas que empurrassem o veículo, dizendo que estava quebrado", disse Mian Iftikhar Hussain, Ministro de Informação da província da Fronteira Noroeste. "Sua intenção era reunir o máximo de pessoas em volta do carro. No momento em que começaram a empurrar o veículo, ele detonou os explosivos."
O atentado ocorre em meio a relatos de que o Exército do Paquistão restringiu a folga dos militares e estava retirando milhares de tropas do noroeste para enviá-los ao leste, na fronteira com a Índia. Os dois países vivem um período de tensão desde os ataques em Mumbai no mês passado.
A Índia culpou "elementos no Paquistão" pelos ataques, que deixaram 164 mortos na capital comercial indiana. Os países insistem que não desejam uma guerra, porém não descartam uma operação militar.
O Paquistão e a Índia travaram três guerras desde a independência de ambos da Grã-Bretanha, em 1947. As informações sobre movimentação de tropas foram dadas por funcionários paquistaneses, sob condição de anonimato. As Forças Armadas do país não quiseram comentar o fato.