Porrtugal está disposto a ajudar o novo governo americano em seu projeto de fechar a prisão de Guantánamo recebendo detentos, anunciou nesta quarta-feira o ministro português das Relações Exteriores, Luís Amado, em uma carta enviada a seus colegas europeus.
"Temos de dar um sinal claro de nossa vontade de ajudar o governo dos Estados Unidos a resolver este problema, principalmente recebendo detentos", escreveu Amado em uma carta também enviada ao chefe da diplomacia da União Européia (UE), Javier Solana, por ocasião do 60º aniversário da Declaração universal dos Direitos Humanos.
"O governo português está disposto a participar deste esforço", insistiu, conclamando os outros países membros da UE a "responder ao apelo para o fechamento do centro de detenção de Guantánamo". O presidente eleito americano, Barack Obama prometeu diversas vezes durante a campanha eleitoral fechar a prisão de Guantánamo.
Localizado em uma base naval americana em Cuba, o centro de Guantánamo abriga as pessoas suspeitas pelos Estados Unidos de ligação com a Al-Qaeda ou os talibãs. A prisão de Guantánamo, muito criticada pela comunidade internacional, se tornou o símbolo dos excessos da "guerra contra o terrorismo" conduzida por George W. Bush.
Cerca de 250 pessoas ainda estão presas no centro de Guantánamo, que já abrigou mais de 800 homens desde sua abertura, em janeiro de 2002. A maioria destes prisioneiros está em Guantánamo há anos, sem terem sido indiciados formalmente ou julgados. O ministro português sugeriu que esta questão seja mencionada durante uma próxima cúpula européia.