Meca - A pé ou em ônibus lotados, cerca de três milhões de muçulmanos completaram nesta quarta-feira (10/12) o último dia da Hajj, peregrinação à cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita, a jornada de purificação que representa o retorno do espírito à sua casa, um dos pilares da fé islâmica. Por volta do meio-dia (horário local), o local mais sagrado do Islamismo, a Grande Mesquita, estava lotado de peregrinos que realizavam o Tawaf al-Wiidaa, a despedida de Meca, que consiste em caminhar em volta da Caaba por sete vezes enquanto rezam e lêem o Corão.
A Hajj começa e termina na Caaba, a "Casa" em forma de cubo dentro da Grande Mesquita que, segundo os islâmicos, foi erguida por Adão e depois restaurada por Abraão. A maioria dos cerca de três milhões de peregrinos chegou a Meca após passar por Mina, onde completou o ritual de atirar sete pedras em um pilar que representa o demônio. Muitos levam de dois a três dias nas cerimônias em Mina.
Em suas preces antes de deixar Meca, a multidão pede a Deus que aceite sua peregrinação que, segundo os preceitos islâmicos, é obrigatória ao menos uma vez na vida para todo muçulmano com saúde e condições financeiras para a jornada. No último dia da Hajj, os peregrinos também caminham entre as colinas de Safa e Marwa, dentro da Grande Mesquita, reencenando a procura de Hagar, que teve um filho com Abraão, por água no deserto para seu filho Ismael.
Não foram registrados incidentes graves durante a jornada deste ano, ao contrário de ocasiões anteriores. Autoridades sauditas instalaram 1.500 câmeras nos locais sagrados. Cerca de 500 delas observam os peregrinos dentro da Grande Mesquita, uma forma de controlar a multidão e evitar o congestionamento que possa levar a um corre-corre de fiéis como ocorreu em anos passados.