O comandante naval britânico responsável pela missão antipirataria da União Européia na costa da Somália, Philip Jones, disse nersta terça-feira (9) que a força pretende colocar guardas armados na maioria dos navios mercantes que cruzam áreas de alto risco. Jones disse que a pequena frota da União Européia - que iniciou hoje suas operações - vai colocar "divisões de proteção náuticas" a bordo de alguns navios que transportam alimentos para a Somália.
A missão da União Européia possui quatro navios e dois aviões de reconhecimento e irá substituir a frota de quatro navios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que vem realizando patrulhas antipirataria na costa somali, no dia 15 de dezembro. Os navios de guerra da Otan já escoltaram várias embarcações de carga fretadas pelo Programa Mundial de Alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU) para levar ajuda humanitária para a Somália.
Cerca de 300 mil toneladas de ajuda já foram desembarcadas no país africano desde que os navios da Otan chegaram à região, em 24 de outubro. Sob mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a frota não tem permissão para abordar embarcações ou libertar tripulações mantidas reféns.
Jones disse que a frota européia poderá operar sob "fortes regras de compromisso", mas evitou falar se elas incluiriam abordar navios capturados. "Eu sou o primeiro a admitir que uma força naval não pode erradicar a pirataria, mas ainda assim podemos fazer uma contribuição significativa no combate à pirataria", disse ele.
A União Européia conduziu, até agora, 20 operações de paz, mas esta é a primeira missão naval. A força-tarefa, cujo nome-código é Operação Atlanta, terá as mesmas funções da missão da Otan, incluindo escoltar navios carregando ajuda para a Somália, proteger navios de carga comerciais e tentar impedir ataques piratas.
Cruzeiro
Os passageiros de um navio que vai passar pela costa da Somália deixarão a embarcação antes da passagem pelo local. O objetivo é protegê-los de possíveis ataques de piratas, informou hoje a empresa operadora do cruzeiro, a Hapag-Lloyd. Os 246 passageiros do MS Columbus vão desembarcar amanhã no porto iemenita de Hodeidah.
O navio e parte da tripulação continuarão a viagem pelo Golfo de Aden, informou companhia. Os passageiros tomarão um avião fretado para Dubai e passarão três dias num hotel cinco estrelas esperando para embarcar novamente no navio no porto de Salalah, em Omã, para o restante do cruzeiro ao redor do mundo, que começou na Itália.