A Marinha israelense fez com que um navio líbio que seguia para a Faixa de Gaza com ajuda humanitária desistisse hoje de sua rota. A embarcação levava 3 mil toneladas de ajuda, no mais amplo esforço para encerrar o bloqueio no território, administrado pelo grupo islâmico Hamas. O navio Al Marwa estava se aproximando da costa de Gaza, quando foi parado por uma embarcação da Marinha de Israel. Via rádio, os israelenses ordenaram que o navio líbio retornasse, segundo um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense.
O funcionário indicou que não foi usada a força no caso. No pequeno porto de Gaza, espectadores, jornalistas e dezenas de trabalhadores do local ficaram esperando a chegada da embarcação da Líbia. Segundo um alto funcionário do governo líbio, caso o navio não consiga aportar em Gaza, ele deve voltar à Líbia.
As fronteiras de Gaza em grande parte foram fechadas por Israel e Egito, desde que o Hamas assumiu o controle de toda a região, em junho de 2007. Desde o início de novembro o cerco foi endurecido, como forma de forçar o Hamas a combater os militantes que lançam foguetes no território israelense. Isso levou à falta de muitos artigos básicos em Gaza. A comunidade internacional, inclusive países árabes, não reconhecem o governo do Hamas. Porém há uma preocupação crescente por causa da piora das condições de vida na área.
Uma organização de auxílio do Catar anunciou que enviará um navio com medicamentos à Gaza, desafiando o bloqueio. O grupo Qatar Charity disse que a embarcação partirá do Chipre, na sexta-feira. Já foram organizadas três viagens de Chipre até Gaza em embarcações menores, com alimentos e medicamentos.
Jornalista
Uma premiada repórter israelense do jornal Haaretz retornou hoje para Israel. Amira Hass disse que teve de deixar a Faixa de Gaza - onde chegou furando o bloqueio de seu próprio país -, pois funcionários do Hamas alegaram razões de segurança. Amira desafiou uma proibição de que cidadãos israelenses entrem em Gaza tomada pelo próprio Hamas, em 2000. Os funcionários não especificaram quais seriam os riscos para a segurança da repórter.
A jornalista estava em Gaza desde 8 de novembro, quando entrou através de uma embarcação de ativistas. Amira já viveu na Faixa de Gaza por vários anos e é conhecida na área. Atualmente, ela vive em Ramallah, na Cisjordânia, região controlada pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.