Caracas - Os venezuelanos elegerão domingo vereadores, prefeitos e governadores em eleições regionais que serão utilizadas pelo presidente Hugo Chávez como um termômetro da aceitação do projeto socialista que vem impulsionando há uma década.
Enquanto Chávez poderá medir a popularidade de sua revolução bolivariana, a oposição terá a oportunidade de constatar se cresce no país a tendência iniciada em dezembro de 2007, quando a reforma constitucional proposta pelo dirigente venezuelano foi rejeitada em referendo, na primeira derrota de Chávez nas urnas.
Para diversos líderes da oposição, Chávez vai propor novamente a reeleição presidencial indefinida depois destas eleições. A questão já fora incluída no projeto de reforma constitucional rejeitado em 2007. O mandato do presidente venezuelano expira no início de 2013.
Na opinião de Ismail Garcia, o secretário-geral do partido de oposição Podemos, "o que está em jogo (nas eleições de domingo) não é nada menos que o destino definitivo da pátria".
Consciente de que sua popularidade saiu abalada do referendo de 2007, Chávez dirigiu pessoalmente esta campanha, realizando uma verdadeira maratona de comícios em todo o país para apoiar os candidatos do Partido Socialista (PSUV).
"O que está em jogo é o futuro da revolução, o futuro do socialismo, o futuro da Venezuela, o futuro do governo revolucionário e também o futuro de Hugo Chávez", declarou recentemente o presidente venezuelano em um inflamado discurso, mostrando que as eleições de domingo vão muito além do âmbito regional.
De fato, os temas locais tem sido praticamente ignorados durante a campanha, com Chávez se focalizando na defesa de seu projeto de "revolução bolivariana" e na denúncia dos planos de golpes de Estado supostamente arquitetados pela oposição.
As pesquisas prevêem uma taxa de abstenção de cerca de 45% para estas eleições.