Washington - A epidemia de cólera que assola o Zimbábue já deixou 294 mortos e 1.200 pessoas infectadas, declarou nesta quinta-feira o embaixador dos Estados Unidos em Harare, James McGee.
"Acabo de receber um relatório segundo o qual há agora 294 casos confirmados de mortes provocadas pela epidemia de cólera", disse o embaixador americano.
Além disso, 1.200 casos confirmados de pessoas infectadas foram registrados, e haveria outros 2.500 casos não confirmados, segundo McGee, que alertou para uma situação sanitária "catastrófica".
Estes números são superiores aos dados oficiais zimbabuanos. O ministro da Saúde do país africano admitiu nesta quinta-feira uma centena de mortes provocadas pela epidemia de cólera.
Para o embaixador americano, o presidente Robert Mugabe é o principal culpado desta situação, ao se recusar a aplicar o acordo de divisão do poder concluído em setembro com a oposição dirigida por Morgan Tsvangirai. "Estamos numa situação política precária, que provocou uma crise alimentar e sanitária de origem humana neste país", declarou McGee.
O embaixador lembrou que a ONU estimou em 1,5 milhão o número de pessoas ameaçadas pela fome no Zimbábue. "O sistema de saúde desabou completamente. Os três principais hospitais de Harare fecharam suas portas", afirmou. "O sistema escolar se desintegrou totalmente, do ensino básico à universidade. A inflação é superior a 210.000.000%", acrescentou.