JERUSALÉM - A Autoridade Palestina publicou nesta quinta-feira (20/11) um anúncio na imprensa israelense na tentativa de promover o plano de paz árabe para o acerto do conflito com Israel, que se diz favorável à iniciativa, porém nunca a aceitou formalmente.
O anúncio, que ocupa uma página inteira, foi publicado nos três principais jornais israelenses, o Yedioth Aharonoth, o Maariv e o Haaretz.
Escrito sobre duas bandeiras, uma israelense e outra palestina, o texto explica, em hebraico, que "57 países árabes e muçulmanos estabelecerão relações diplomáticas e relações normais com Israel em contrapartida a um acordo de paz completo e o fim da ocupação".
O texto integral da iniciativa árabe em sete pontos foi publicado no centro de um quadrado formado pelas bandeiras de cerca de 50 países árabes e islâmicos.
"A publicação deste anúncio pretende explicar a iniciativa de paz árabe à opinião pública israelense", disse Yasser Abed Rabbo, alto representante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). "Era indispensável porque este plano foi denegrido e tínhamos de explicá-lo", acrescentou.
Anúncios como este foram publicados nesta quinta-feira na imprensa palestina e, segundo Abed Rabbo, em jornais europeus. O plano de paz árabe, de inspiração saudita, foi apresentado na reunião de cúpula árabe em Beirute (2002) e relançado em março de 2007 em um encontro em Riad.
Ele prevê uma normalização das relações entre os países árabes e Israel em troca da retirada israelense dos territórios árabes ocupados desde junho de 1967, a criação de um Estado palestino, com Jerusalém Oriental como capital, e um regulamento justo da questão dos refugiados palestinos.
Israel ressaltou "aspectos positivos" desta iniciativa, mas não a aceitou formalmente, principalmente em razão da menção feita ao direito ao retorno dos refugiados palestinos.