A Síria precisa escolher entre "manter suas estreitas relações" com o Irã ou fazer as pazes com Israel, afirmou nesta quarta-feira o presidente israelense, Shimon Peres, por ocasião de uma viagem oficial à Grã-Bretanha.
Os sírios "não têm como fugir desta escolha", mesmo se "acreditam que podem ter os dois", declarou Peres durante uma entrevista coletiva em Londres.
"Eles precisam tomar uma decisão. Ou a paz, ou a guerra", insistiu.
"Se eles pensam que podem fazer as pazes com Israel e manter suas estreitas relações com o Irã e com o (movimento xiita libanês) Hezbollah, vão perceber que é impossível", afirmou.
Se os Estados Unidos se envolvessem nas negociações indiretas iniciadas este ano entre a Síria e Israel, eles nunca aceitariam que Damasco conversasse sobre paz mantendo ao mesmo tempo ligações estreitas com Teerã, destacou o presidente israelense.
"Não consigo imaginar um mediador americano que aceitaria fazer as duas coisas, ajudar os sírios a conseguirem um acordo sobre a divisão das terras e a manter uma relação estreita com os iranianos", frisou.
Negociações indiretas entre a Síria e Israel foram iniciadas em maio passado através da Turquia, mas estão paralisadas desde julho devido a motivos de política externa em Israel.
Israel e Síria mantêm relações tensas desde a primeira guerra israelense-árabe de 1948.
Shimon Peres discursou nesta quarta-feira à tarde diante das duas câmaras do Parlamento (Comuns e Lordes), um raro privilégio concedido apenas a 34 personalidades desde 1939.
Entre estas personalidades estiveram Nelson Mandela, Mikhail Gorbatchev, o Dalai Lama, Ronald Reagan, o próprio Shimon Peres (em 1986) e, no início de 2008, o presidente francês Nicolas Sarkozy.
Quinta-feira, no último dia de sua visita, ele será recebido pela rainha Elizabeth II no palácio de Buckingham, em Londres, e se reunirá com o primeiro-ministro Gordon Brown para conversar sobre o programa nuclear iraniano e o processo de paz no Oriente Médio.