O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaça encarcerar um popular líder da oposição, enviar tanques às ruas e recorrer à força para defender os resultados das eleições locais e estaduais, que deverão ocorrer no domingo. As eleições representam uma prova importante sobre o apoio que Chávez tem atualmente, um ano após os venezuelanos terem rechaçado sua tentativa de implementar várias reformas que, entre outras coisas, lhe permitiriam ampliar o mandato presidencial e se reeleger várias vezes.
Os críticos assinalaram que Chávez recorre a táticas para intimidar e desprestigiar os adversários, porque tem medo que os candidatos governistas sejam derrotados. "Foi desencadeada uma onda de intimidações, ele insulta quem identifica como inimigo e faz ameaças contra qualquer um que não acredite em seu projeto político", disse o governador oposicionista do Estado de Zulia, Manuel Rosales, à Associated Press. Rosales, considerado favorito para derrotar o candidato chavista para prefeito de Maracaibo, a segunda maior cidade da Venezuela, acrescentou que "isso não é uma democracia, na Venezuela temos apenas uma fachada de democracia".
Ontem, em discurso veemente a seus simpatizantes, Chávez ameaçou tirar do ar qualquer canal de televisão que transmita antes os resultados eleitorais, e disse que ordenou aos serviços policiais que mantenham Rosales sob vigilância. "Esse bandido, ladrão, tem que ser preso", disse Chávez, referindo-se ao governador de Zulia. Chávez ameaçou cortar as verbas federais para os Estados governados por opositores, além de mandar tanques para as ruas das cidades.