KUALA LUMPUR - Os ataques de piratas somalis se tornaram incontroláveis, advertiu o Escritório Marítimo Internacional (International Maritime Bureau, IMB) depois do seqüestro ousado do fim de semana de um superpetroleiro saudita e o rapto de outros três navios.
"A situação observada nas últimas semanas mostra um aumento anormal dos atos de violência e das capturas de navios, apesar do reforço da segurança na região", declarou Noel Choong, diretor do Centro de Observação da Pirataria do IMB, que tem sede em en Kuala Lumpur.
"Na ausência de dissuasão, com riscos pequenos e a perspectiva de lucros elevados para os piratas, os ataques vão continuar", afirmou. "A situação já é incontrolável. Os Estados Unidos e a comunidade internacional devem fazer esta ameaça cessar", acrescentou.
Segundo Noel Choong, os piratas seqüestraram na terça-feira um pesqueiro tailandês no Golfo de Aden, com 16 tripulantes. No mesmo dia também foram seqüestrados um cargueiro com bandeira de Hong Kong nas costas do Iêmen e um navio grego.
No sábado, o "Sirius Star", um superpetroleiro saudita com carga de dois milhões de barris, foi seqüestrado mais de 450 milhas náuticas (800 km) ao sudoeste de Mombasa.
Segundo o IMB, desde janeiro os piratas atacaram 94 navios na costa da Somália e no Golfo de Aden. Destes, 38 foram seqüestrados e 17 prosseguem nas mãos dos piratas, com um total de 250 tripulantes a bordo.