KINSHASA - O enviado especial das Nações Unidas para a crise no leste da República Democrática do Congo (RDC), Olusegun Obasanjo, confirmou que se reunirão com o líder rebelde Laurent Nkunda no leste do país, para onde viajará em breve.
"Vou a Goma (leste da RDCongo) e depois veremos Nkunda", declarou Obasanjo à imprensa. "Foi muito agradável ao me ligar há três dias quando estava na Nigéria. Me explicou que espera muito de nosso encontro e de nossas discussões frente a frente", acrescentou a respeito de Nkunda.
"Ninguém sabe realmente o que deseja e espero conhecer verdadeiramente o que quer neste encontro", disse, sem revelar o local e a hora da reunião.
O ex-presidente nigeriano Obasanjo é esperado ainda neste sábado em Goma, capital da província congolesa de Kivu Norte, onde estão posicionados desde o fim de outubro os homens de Laurent Nkunda. Fontes dos dois lados já haviam afirmado que as negociações para a reunião estavam em curso.
"Está previsto um encontro. Ainda não temos confirmação se será hoje ou amanhã", declarou o porta-voz da rebelião do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), Bertrand Bisimwa.
A reunião pode acontecer em Rutshuru, centro administrativo controlado pelos rebeldes e que fica 75 km ao norte de Goma, a capital da província de Kivu Norte, segundo Bisimwa. A Missão das Nações Unidas na RDC (MONUC) já informara a intenção de Obasanjo de se reunir com o líder guerrilheiro.
O ex-presidente nigeriano Obasanjo, nomeado este mês emissário para a RDC do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou na sexta-feira a Kinshasa, onde se reuniu à noite com o presidente Joseph Kabila.
Desde o fim de agosto, os combates recomeçaram em grande escala na região leste da RDC entre os rebeldes de Laurent Nkunda e o Exército congolês, em violação ao cessar-fogo obtido em janeiro.
Os enfrentamentos provocaram a fuga de 250 mil pessoas, que dependiam da ajuda humanitária, em grande parte paralisada pela insegurança.