Kiwanja - Milhares de pessoas famintas e desabrigadas fizeram fila por comida nesta sexta-feira (14/11) em um território dominado por rebeldes no leste do Congo. A Organização das Nações Unidas (ONU) começou sua primeira entrega em larga escala na área desde o início dos conflitos, no fim de outubro. Mais de 100 toneladas de alimentos devem ser entregues para 50 mil civis na área norte da capital provincial de Goma, nos próximos dias, segundo a ONU. Muitos dos refugiados acreditam que ainda é muito perigoso para voltar às plantações.
Os confrontos entre o Exército e guerrilheiros leais ao general renegado Laurent Nkunda deixaram pelo menos 250 mil pessoas desabrigadas, apesar da presença da maior força de mantenedores de paz da ONU no mundo, com 17 mil soldados. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que pretende transferir dezenas de milhares de pessoas de dois campos em Kibati para outra área, mais distante dos confrontos.
Entidades humanitárias manifestaram temor pela possibilidade de estupros e outros tipos de violência nos campos controlados pelo governo. Teme-se que o país entre novamente em um conflito como o de 1998-2002, que envolveu várias nações africanas que se confrontaram no Congo. O leste congolês recebeu milhões de refugiados do genocídio de 1994, em Ruanda, quando pelo menos 500 mil tutsis étnicos e moderados hutus foram assassinados.
Nkunda afirma que luta para proteger os tutsis. Ontem, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que vai apoiar o envio de mais três mil soldados da ONU ao Congo. Porém, para Brown, as forças no país devem ter mais liderança e equipamentos.