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Ex-presidente Menem é intimado a depor no caso Amia

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Buenos Aires - O ex-presidente argentino e senador Carlos Menem (1989/99) foi citado para depor em 9 de dezembro, no processo no qual se investigam as manobras para encobrir o atentado contra a associação judaica Amia, em 1994, informou uma fonte judicial, nesta quinta-feira. "A convocação acontece devido à interrupção da investigação realizada sobre a pista que, posteriormente, chamou-se Kanoore Edul", um comerciante argentino de origem síria, que pode ter estado ligado ao atentado, segundo a resolução do juiz Ariel Lijo. Menem, de 78 anos, está sendo submetido a julgamento oral em outro processo por contrabando de armas para Croácia e Equador, entre 1991 e 1995, mas se isentou de se apresentar no tribunal em Buenos Aires, alegando problemas de saúde. Lijo está encarregado da investigação sobre supostas irregularidades no caso Amia, em que a Justiça acusa ex-altos funcionários iranianos, entre eles o ex-presidente Ali Rafsanjani (1989/1997) e um ex-chefe de segurança da organização xiita libanesa Hezbollah, abatido em 2007. Outro atentado havia reduzido a escombros a sede da embaixada de Israel em 1992, com um saldo de 22 mortos e 200 feridos. Um outro juiz argentino acusou formalmente pelo ataque, porém, ex-funcionários do Irã e o movimento libanês xiita Hezbollah, razão pela qual determinou as capturas internacionais, que foram rejeitadas por Teerã. O juiz Lijo citou ainda Munir Menem, um dos irmãos do ex-presidente, e Hugo Anzorreguy, ex-secretário de Inteligência do Estado. O ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) aconteceu em 18 de julho de 1994, deixando 85 mortos e 300 feridos.