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Ex-presidente de Taiwan tem prisão decretada

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TAIPÉ - O ex-presidente de Taiwan Chen Shui-bian teve sua prisão provisória decretada pela Justiça nesta quarta-feira (12/11), informou um funcionário do Judiciário. "A Corte acatou o pedido da promotoria de prisão provisória do senhor Chen", disse o funcionário. O ex-presidente foi detido pela polícia na terça-feira. Chen Shui-bian, eleito em 2000 e reeleito em 2004, concluiu o segundo mandato, em maio passado, debilitado por uma série de escândalos de corrupção, que envolveram até a primeira-dama. O ex-presidente deve ser acusado de lavagem de dinheiro, malversação de fundos públicos, corrupção passiva e falsificação de documentos, segundo um funcionário ligado à investigação. Ao sair da promotoria, Chen suspendeu os pulsos, algemados, e disse ser vítima de "perseguição política". Em 2006, Chen foi citado em uma investigação sobre a malversação de 443 mil dólares de dinheiro público. No entanto, o processo não avançou na época, já que a presidência garantia imunidade. O ex-presidente já admitiu ter utilizado faturas falsas para arrecadar dinheiro para o Estado, mas garantiu que os fundos eram destinados a "missões diplomáticas secretas" e não a seu proveito pessoal. Chen acusa o Kuomintang (KMT), o partido no poder, ligado ao governo em Pequim, de persegui-lo por orientação da China, que considera Taiwan uma província chinesa a ser anexada no futuro. "O KMT e o Partido Comunista Chinês (PCC) me tornaram o inimigo público número um, porque sou o maior obstáculo à reunificação", disse Chen, partidário da independência da Ilha.