BERLIM - A autoridade administrativa alemã encarregada de investigar os crimes nazistas anunciou nesta segunda-feira (10/11) que recomendaria o indiciamento de John (Ivan) Demjanjuk, 88 anos, que suspeita ter sido guarda do campo de extermínio de Sobibor.
"Segundo os resultados da investigação, a célula central (sobre os crimes nazistas) teve certeza de que Demjanjuk, como guarda no campo de extermínio de Sobibor na Polônia, é culpado de cumplicidade no assassinato de pelo menos 29 mil judeus da Europa, revelou um comunicado deste organismo.
A promotoria de Munique deve decidir se vai indiciá-lo ou se vai apresentar um pedido de extradição para Demjankuk, um homem de origem ucraniana que vive nos EUA desde os anos 1950 e também suspeito de ser "Ivã o Terrível", um dos principais torturadores do campo de Treblinka.
Demjanjuk, 88 anos, foi reconhecido no fim dos anos 1970 por ex-deportados como "Ivã o Terrível". Extraditado em Israel, ele foi condenado à morte em abril de 1988, depois absolvido em julho de 1993 pela Suprema Corte israelense com base em arquivos da KGB identificando um outro homem, Ivan Marchenko, como sendo "Ivã o Terrível".
Ele foi, então, reenviado aos EUA. Por ter mentido às autoridades sobre suas atividades durante a guerra, o ex-guarda perdeu a nacionalidade americana e foi colocado sob residência vigiada. A justiça americana recolheu testemunhos segundo os quais Demjanjuk teria torturado em Sobibor empurrando os judeus a chutes e golpes com fuzil, para fazê-los descer mais rapidamente dos vagões que os levavam para o campo.