WASHINGTON - O Crestor, medicamento para diminuir o colesterol mais vendido no mundo, seria também capaz de reduzir em 44% o risco de eventos cardiovasculares em pessoas que não apresentam fatores de risco elevado de infarto, segundo um estudo clínico publicado no domingo.
Os resultados do estudo JUPITER podem incluir uma forma preventiva de uso para as estatinas, presentes nos medicamentos anti-colesterol. Elas seriam usadas pelas milhões de pessoas que não apresentam grandes riscos de desenvolver doenças cardiovasculares, mas que registram um nível de proteína C reativa, o CRP, acima do normal, segundo os cardiologistas.
A CRP é uma proteína sintetizada pelo fígado que tem papel importante nas reações inflamatórias, além de funcionar como marcador biológico para determinar os riscos de obstrução das artérias. O estudo clínico foi realizado com 17.802 homens e mulheres com mais de 50 anos, apresentando boa saúde e colesterol normal, mas com níveis elevados de CRP.
Os que foram tratados com 20 miligramas de Crestor registraram uma redução de 44% da taxa de um primeiro evento cardiovascular grave, ou de morte por qualquer causa, em comparação com o grupo de teste, medicado com um placebo, segundo os autores do trabalho, publicado no New England Journal of Medicine.
Os resultados foram apresentados na conferência anual da American Heart Association, realizada no final de semana em Nova Orleans (Louisiana, sul).