PEQUIM - A China anunciou nesta segunda-feira (10/11) o fracasso das recentes discussões com os representantes do Dalai Lama e acrescentou que nunca fará concessões sobre o estatuto da região. "Nossos contatos e discussões não permitiram avanços sobre esta questão e os representantes do líder espiritual dos tibetanos deverão assumir a total responsabilidade", declarou Zhu Weiqun, alto funcionário do Partido Comunista Chinês.
"Nós temos ressaltado que a unificação da pátria, sua integridade territorial e a dignidade nacional são os principais interesses do povo chinês". "Nunca faremos concessões", completou.
Dois emissários do Dalai Lama participaram na semana passada na China em um novo ciclo de negociações sobre o estatuto do Tibete, as primeiras reuniões desde as celebradas em julho, decepcionantes para os tibetanos. Emissários do Prêmio Nobel da Paz de 1989 e Pequim discutem oficialmente desde 2002 sobre o estatuto da região autônoma himalaia.
Pouco antes dos novos contatos, o Dalai Lama, exilado na Índia desde 1959, já havia afirmado que a reivindicação de mais autonomia do Tibete fracassara e pediu aos tibetanos que estivessem abertos a todas as opções. Alguns exilados, separatistas, defendem uma radicalização do movimento. Pequim rejeita qualquer idéia de independência ou até mesmo de semi-independência.
Durante os dois dias de reuniões, as autoridades chinesas fizeram questão de ressaltar as mudanças que consideram necessárias por parte do Dalai Lama, segundo Zhu Weiqun, vice-ministro das Relações Exteriores. Entre as mudanças exigidas pelo governo da China estão o abandono por parte do Dalai Lama das "opiniões e ações separatistas, além de um esforço para entender as autoridades centrais e o povo chinês com o objetivo de solucionar o problema relacionado a suas próprias esperanças", nas palavras do vice-ministro.