Os ministros das Relações Exteriores da União Européia (UE) se reuniram nesta segunda-feira (03/11) em Marselha (sul da França) para conclamar o próximo presidente americano a reexaminar a parceria transatlântica, levando em conta o papel mais importante desempenhado pela UE ante as crises mundiais.
Esta reunião informal, organizada na véspera da eleição americana na presença do chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, e da comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, teve como objetivo aprovar um documento que deverá em seguida ser entregue ao presidente eleito.
"Trata-se de uma mensagem muito importante", declarou à imprensa o ministro Bernard Kouchner, das Relações Exteriores da França - país que preside atualmente a UE.
Para Kouchner, "o mundo mudou porque as pessoas perceberam que um grande país, que continuará sendo um grande país, já não é mais o único afetado pelos problemas mundiais".
"A UE ganhou força", afirmou, lembrando a forma como os europeus lidaram com a crise financeira e o conflito entre Rússia e Geórgia.
"Nossa relação tem que ser mais equilibrada. Demonstramos uma grande capacidade de liderança na Geórgia, e é exatamente o que queremos mostrar agora", declarou Ferrero-Waldner.
O chanceler britânico, David Miliband, ressaltou que "não se trata apenas de pedir coisas aos Estados Unidos". "Trata-se, para a Europa, de assumir o próprio lugar na história e de garantir que sua contribuição no Oriente Médio, no Afeganistão e no Paquistão, assim como na crise financeira internacional, seja forte e clara", afirmou.
Os europeus "não querem ser meros acessórios", disse Kouchner no início de setembro.
Em 2003, a guerra no Iraque intensificou as tensões entre Washington e várias capitais européias, além de dividir os países europeus.