Washington - O senador Barack Obama entra na reta final com uma vantagem sólida, ainda que em queda, sobre o senador John McCain, para as eleições presidenciais norte-americanas, realizadas nesta terça-feira. Uma nova pesquisa Wall Street Journal/NBC News divulgada nesta segunda-feira (03/11) indica o democrata com uma vantagem de oito pontos porcentuais, dois pontos a menos que na semana passada. Obama aparece com vantagem tanto na contagem geral quanto nos Estados considerados cruciais, auxiliado pela crise financeira que trouxe desconfiança entre parte da população em relação ao Partido Republicano, do presidente George W. Bush. Já McCain tenta uma virada, atacando a suposta inexperiência do rival e o fato de ele ser "liberal demais". A pesquisa foi conduzida entre sábado e ontem e concluiu que 51% dos eleitores preferem Obama, ante 43% favoráveis a McCain.
Os indecisos são 6%, e entre estes um terço tende a votar em um terceiro candidato. A margem de erro da sondagem é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos. "A pesquisa mostra uma pequena movimentação favorável a McCain. Mas restando apenas 48 horas, será um desafio superar o resto da diferença", apontou Neil Newhouse, um analista republicano que conduziu a pesquisa junto com o democrata Peter D. Hart.
"Essa pesquisa tem todos os sinais de um eleitorado que chegou à opinião de que Obama seria um bom presidente", disse Hart. "As incertezas (sobre o democrata) que eram tão pronunciadas no início do ano simplesmente se dissolveram." Para os assessores de McCain, os indecisos penderiam para o lado da situação, pois esse grupo se parece mais com os típicos eleitores republicanos. Os dois candidatos trabalharam no fim de semana para convencer os indecisos, além de concentrar os esforços para a eleição.
Entrevistas com os indecisos que tendem a votar em Obama mostram um desejo de mudança, após oito anos de domínio republicano na Casa Branca. Além disso, a candidata à vice na chapa republicana, Sarah Palin, não é bem vista nesse grupo. Sarah teve maior aprovação entre os conservadores. Após a campanha presidencial mais longa da história, os eleitores parecem estar mais engajados que nunca, e o comparecimento às urnas pode ser recorde. Estima-se que 153,1 milhões de norte-americanos estejam registrados para votar amanhã, ou 73,5% da população que poderia participar - nos Estados Unidos o voto é opcional. O número foi apresentado pelo Centro dos Estudos do Eleitorado Americano de Universidades Americanas. A porcentagem é a mais alta desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto, em 1920, batendo o recorde anterior de 72,1%, registrado em 1964.
O número de democratas registrados subiu 1,4 ponto porcentual, ou 2,9 milhões de eleitores, em comparação ao ano de 2004. Já o número de republicanos registrados caiu 1,458 milhão no mesmo período. Ainda segundo a pesquisa, 30% dos eleitores já compareceram às urnas - em muitos Estados é possível votar antecipadamente. Em relação à economia, tema central das eleições, há uma incerteza entre os eleitores. Entre os consultados, 42% acreditam que Obama fará um trabalho ótimo, ou ao menos expressam alguma confiança no democrata nessa área. Já apenas 27% vêem McCain com capacidade de atuar bem na economia.