A três dias das eleições, vale tudo para garantir o assento no Salão Oval da Casa Branca. Até mesmo concentrar tempo e, principalmente, dinheiro, na casa do adversário. O democrata Barack Obama espera que o vento da mudança sopre forte no norte e no leste, principalmente na Geórgia e em Dakota do Norte ; dois estados considerados bastiões do Partido Republicano. E transforme a cabeça dos simpatizantes de John McCain no Arizona, curral eleitoral do senador rival. David Plouffe, gerente da campanha de Obama, afirmou que espera a ajuda de negros e jovens para ganhar na Geórgia, mas considera menos provável o triunfo no Arizona.
Por sua vez, Rick Davis, responsável pela campanha republicana, alfinetou: ;Nós encorajamos os democratas a pegarem os estados nos quais pretendemos vencer;. O desafio pode não ser suficiente para evitar a derrota na Geórgia, onde a vantagem de McCain era de 18 pontos em setembro e despencou para entre 2 e 6 pontos.
Jennifer McCoy ; professora de ciência política da Georgia State University ; explicou ao Correio que o sucesso da arrecadação da campanha de Obama lhe permite gastar sete vezes mais que McCain em publicidade e invadir áreas tradicionalmente conservadoras. ;Isso o tem ajudado bastante nos estados battleground (onde a situação é indefinida) e pode levar estados republicanos a escolher os democratas neste ano;, disse a analista. O mais ousado comercial televisivo de Obama custou US$ 11 milhões, tem meia hora de duração e se foca em histórias sobre americanos que batalham em meio às dificuldades financeiras. Também delineia o ;plano de resgate; da classe média, além de políticas de saúde e energéticas. Desde 15 de outubro, Obama gastou US$ 190 milhões em propaganda contra US$ 76,7 milhões de McCain. ;Enquanto o democrata usa uma retórica positiva e apresenta seus planos, o republicano prefere uma publicidade negativa, resumida em ataques;, disse McCoy.
A desvantagem levou McCain a lançar mão, mais uma vez, da tática do medo. O senador pelo Arizona percorre cidades de Ohio em seu ônibus Straight Talk Express, na tentativa de convencer os moradores de que Obama é um socialista disposto a aumentar os impostos. ;Ele é mais liberal que um senador que se proclama socialista;, ironizou McCain, ao comparar o rival com Bernie Sanders, congressista por Vermont.
A resposta foi na mesma moeda: ao visitar Iowa, Obama pediu ontem ;uma nova política por um novo tempo; e sugeriu que sua campanha dirige pela estrada da ;alta moral; para a Casa Branca. Em entrevista à CNN, ele listou a economia e a independência energética como as prioridades de seu governo, caso seja eleito na terça-feira. ;A principal prioridade será estabilizar o sistema financeiro. Não sabemos ainda o que vai ocorrer em janeiro;, comentou. ;Nenhuma outra promessa pode ser cumprida se continuarmos vendo o potencial derretimento dos sistemas bancário e financeiro.;