O líder líbio Muamar Kadafi chegou hoje a Moscou, na Rússia, para três dias de conversas focadas na ampliação da aliança energética bilateral e no comércio de armas. A última visita de Kadafi à cidade ocorreu 23 anos atrás, durante o regime soviético. A Rússia deu um passo neste ano para estreitar relações, ao perdoar um dívida de US$ 4,5 bilhões da era soviética envolvendo a compra de armas. Com isso, conseguiu lucrativos negócios com os líbios.
O primeiro-ministro russo Vladimir Putin visitou a Líbia em abril, quando ainda era presidente do país. Na ocasião, foram firmados vários acordos, entre eles um de 2,2 bilhões de euros envolvendo a atuação da estatal Russian Railways na Líbia. A estatal russa de gás Gazprom também fechou um contrato para operar seis campos de prospecção de gás e petróleo no território líbio.
Um funcionário do Kremlin, falando sob condição de anonimato, afirmou que pode haver um acordo de cooperação no uso pacífico de energia nuclear. Além disso, seria discutida a venda de armas russas, incluindo jatos e tanques.
A Líbia melhorou bastante sua relação com os países ocidentais desde 2003, quando anunciou o desmantelamento de seu programa nuclear. No mesmo ano, o governo líbio aceitou a responsabilidade por um atentado em 1988 contra um avião da Pan Am em Lockerbie, Escócia, que matou 270 pessoas, além de concordar em pagar indenizações aos familiares das vítimas do atentado. O presidente russo, Dmitry Medvedev, e Kadafi devem se encontrar em um jantar hoje. Amanhã, os dois líderes terão mais reuniões.