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Relatório afirma que fome é ameaça mais grave que rebelião no Afeganistão

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LONDRES - A fome no Afeganistão durante o inverno é uma ameaça mais grave para os esforços da comunidade internacional de reconstruir o país que a rebelião, destaca um relatório de um centro de reflexão estratégica britânico. Segundo o Royal United Services Institute (RUSI) de Londres, o acúmulo de vários fatores como a alta de preços dos alimentos de primeira necessidade e a seca estival, criaram as condições para uma fome "desastrosa" no Afeganistão durante o inverno, que pode afetar 8,4 milhões de pessoas. "Esta insegurança alimentar se desenvolveu enquanto os olhares do mundo se concentravam na violência, que cada vez mais adquire um perfil terrorista", afirma Paul Smyth, analista do RUSI. "Independente dos efeitos da insurreição violenta sobre a missão ordenada pela ONU no Afeganistão, são a fome e a desnutrição em grande escala as que vão impor o obstáculo mais importante para o avanço da comunidade internacional", acrescenta. "Para manter sua credibilidade e autoridade moral para atuar no Afeganistão, a comunidade internacional deve lançar uma ação oportuna, coordenada e eficaz", prossegue Smyth. Desde que os talibãs foram expulsos do poder no Afeganistão, em 2001, por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, o país enfrenta uma insurreição sangrenta orientada contra a Força Internacional de Apoio e Segurança (Isaf) da Otan.