LONDRES - O influente semanário britânico The Economist tomou partido nesta quinta-feira (30/10), "com todo o coração", do candidato democrata às eleições americanas de 4 de novembro, Barack Obama.
Obama "vem esboçando o retrato mais detalhado e convincente de um futuro melhor para os Estados Unidos e o mundo", anunciou The Economist em editorial, considerando que o candidato democrata representa um desafio que os Estados Unidos devem aceitar.
O candidato democrata "fez campanha com mais estilo, inteligência e disciplina que seu adversário (o republicano John McCain) e merece a presidência", destacou.
Pouco antes das últimas presidenciais americanas, em 2004, o semanário - com tiragem mundial de 1,3 milhão de exemplares, 680.000 nos Estados Unidos - apoiou o então candidato democrata John Kerry, não a reeleição do republicano George W. Bush.
"The Economist não tem direito a voto mas se tivesse, escolheria Obama. De todo o coração. O candidato democrata mostrou claramente que oferece a melhor alternativa de restaurar a confiança própria dos americanos", acrescentou no editorial.
Na edição desta sexta-feira, a revista destaca que Obama e McCain "oferecem a esperança de uma redenção nacional" aos Estados Unidos, país que descreve como "infeliz, dividido e indo a pique tanto interna como internacionalmente".
Segundo The Economist, se Obama for eleito presidente, acabará com uma série de mitos sobre os Estados Unidos: "os propagadores do ódio no mundo islâmico terão uma tarefa mais difícil se o país for chefiado por um homem negro que tem o sobrenome Hussein".
Em nível doméstico - continua - a vitória do democrata também "mitigará, ou até fechará, a feia ferida racial deixada pela história americana".
Para o semanário, Obama também merece a vitória por ter sido "um homem que começou sem dinheiro e com pouco apoio e que conseguiu vencer as duas máquinas políticas mais potentes dos Estados Unidos: os Clinton e a direita conservadora".
Além disso, "na atual crise financeira, seu comportamento foi tranqüilizador se comparado com o febril de McCain". "Certo, Obama cometerá erros, mas é um homem que sabe ouvir, aprende e controla bem a situação", elogiou The Economist.