DAMASCO - Milhares de pessoas protestaram nesta quinta-feira (30/10) em Damasco contra o recente ataque americano a uma aldeia síria provocando o fechamento da embaixada dos Estados Unidos por temor de violência.
Os manifestantes, exibindo fotos do presidente Bashar al-Assad e exibindo bandeiras sírias, se reuníram em uma grande praça do centro situada a cerca de meia hora de distância da missão diplomática americana, mas foram dispersados sem incidentes e sem tentativas de invasão à embaixada.
"Por nossa alma e nosso sangue, nos sacrificaremos por você, Bachar", "Colonialistas, ouçam, o povo sírio não se ajoelhará jamais", "Alá, a Síria, Bachar", bradavam os manifestantes, entre os quais havia vários estudantes e funcionários públicos.
"Não ao terrorismo americano", "a democracia americana é matar civis em Abu Kamal", região do nordeste da Síria, na fronteira iraquiana, atingida pelo ataque americano de domingo, podia-se ler nos cartazes de manifestantes reunidos na praça Yussef Admeh.
As medidas de segurança haviam sido reforçadas no bairro de Abu Rumaneh, próximo às emmbaixadas dos Estados Unidos, do Iraque, da Arábia Saudita e da escola americana. As forças de segurança foram mobilizadas principalmente nas imediações da embaixada americana, além de caminhões de bombeiros.
A embaixada dos Estados Unidos havia anunciado antes da manifestação que estaria fechada nesta quinta-feira, assim como a escola americana de Damasco. A missão diplomática explicou as medidas pelo risco de episódios de violência durante a manifestação e pediu aos cidadãos americanos que evitassem o setor onde está localizada.
Segundo a imprensa oficial síria, soldados americanos que haviam desembarcado em helicópteros provenientes do Iraque atacaram uma construção de uma aldeia síria a 8 km da fronteira iraquiana, causando a morte de oito civis.
Uma autoridade americana em Washington que não quis ser identificada confirmou que o ataque foi efetuado pelos Estados Unidos e assegurou que fazia parte da luta contra os combatentes estrangeiros que agem no Iraque. A Síria afirmou na quarta-feira que esperava "explicações" por parte dos governos americano e iraquiano.