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Greve geral e protestos na Itália contra reforma educacional de Berlusconi

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ROMA - A Itália vive nesta quinta-feira (30/10) um dia de greve geral na educação, que inclui manifestações, principalmente em Roma, para protestar contra a reforma impulsionada pelo governo do conservador Silvio Berlusconi. Cerca de um milhão de pessoas, segundo cálculos dos organizadores, entre elas os membros os três maiores sindicatos do país, desfilaram pacificamente pelas ruas da capital para protestar contra a redução dos fundos do Estado para a educação pública, que deixará mais de cem mil pessoas do setor sem emprego. A prefeitura, que montou um imponente sistema de vigilância, não quis revelar a quantidade de participantes nos protestos. A maioria das pessoas que protestam são estudantes secundários e universitários, assim como pais de família e funcionários não-docentes do setor. Os protestos contra a reforma se multiplicaram há uma semana em toda a Itália e culminaram nesta quinta com a greve geral do setor educativo. A polêmica reforma da educação na Itália foi definitivamente aprovada na quarta-feira. O decreto governamental sobre a reforma, que já havia passado pelos deputados, tornou-se lei na votação dos senadores por 162 votos a 134, além de três abstenções. Do lado de fora do Senado, cerca de 5.000 estudantes cercados por um forte aparato policial denunciavam "a destruição da escola pública" e pediram a saída da ministra da Educação Mariastella Gelmini. "Lamento que alguns jovens sejam manipulados pela esquerda", declarou Berlusconi pouco depois da votação. A oposição, assim como os manifestantes que multiplicaram os protestos nos últimos dias, pediu mais uma vez a retirada pura e simples do texto, que prevê principalmente o retorno do professor único no primário, ou seja, a utilização de apenas um professor para cada classe até a 5ª série. "A reforma tem o apoio da maior parte dos italianos. Voltamos à escola da seriedade e do mérito", afirmou a ministra da Educação. O retorno ao professor único no primário está previsto para o início de 2009 em lugar do sistema atual (três professores para duas turmas, dividindo as matérias ministradas). O ensino também será reduzido para 24 horas por semana contra 29-31 horas atualmente, o que leva os opositores a temerem uma queda da qualidade e os pais a se preocuparem em como ocupar seus filhos. Os recursos do governo para o primário devem ser reduzidos em 7,8 bilhões de euros durante os próximos quatro anos. O texto adotado nesta quarta-feira é relativo apenas ao primário, mas os estudantes secundaristas e os professores se juntaram à mobilização para protestar contra os grandes cortes orçamentários que atingem os ensinos secundário e superior votados em agosto. As diminuições de crédito atingirão 1,5 bilhão de euros no ensino superior durante os próximos cinco anos, ameaçando também as pesquisas, segundo o sindicato do magistério. O grupo foi convocado para protestar contra o corte de fundos do Estado para a educação pública, que deixaria 86.000 pessoas do setor sem emprego. Com a grande quantidade de manifestantes, procedentes de todo o país tanto em ônibus como trens, a passeata teve que se dividir em vários percursos que devem confluir à praça central. Os protestos contra a reforma educacional de Berlusconi ganharam força na última semana em toda a Itália, com o auge nesta quinta-feira com uma greve geral da educação. A maior parte das escolas e universidades do país está fechada. Os estudantes exigem a renúncia da ministra da Educação, Mariastella Gelmini, entre as mais jovens do gabinete de Berlusconi, acusada de impor a reforma sem consultar as partes afetadas. O decreto do governo prevê o fim de 130 mil empregos, entre professores e funcionários não docentes.