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Espanha: explosão de carro-bomba deixa 17 feridos em Navarra

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MADRI - O carro-bomba que explodiu na manhã desta quinta-feira (30/10) no estacionamento do campus da Universidade de Navarra, em Pamplona, deixou 17 feridos, indicaram fontes da universidade e do governo regional. "Um carro-bomba explodiu no estacionamento perto do prédio central. Com certeza, há feridos, porque é uma área onde há muita passagem", declarou uma funcionária da Universidade de Navarra. "O fogo provocado pela explosão se propagou para outros veículos", acrescentou. "Há 17 feridos leves", disse uma porta-voz do governo regional. "Houve outras explosões pequenas quando o fogo atingiu os tanques de gasolina dos carros estacionados nos arredores", disse à Antena 3 Bernardino León, professor da universidade. Segundo a universidade, não houve nenhuma ligação telefônica avisando do atentado, como costuma acontecer no caso dos atentados do ETA. No entanto, a empresa de assistência nas estradas DYA do País Basco informou que recebeu uma ligação em nome do grupo armado advertindo sobre uma bomba em um campus não determinado, uma hora antes da explosão. Os edifícios mais próximos, onde estavam cerca de 400 pessoas, foram evacuados após a explosão, de acordo com o diretor de Comunicação da Universidade, Jesús Díaz, destacando que o resto da universidade, que conta com 12 mil estudantes, continuavam funcionando normalmente. Há dois dias, quatro supostos membros da organização separatista basca armada ETA foram detidos em Navarra e Valência, em posse de armas e explosivos. Segundo o ministério espanhol do Interior, "este comando estava pronto para cometer um atentado, provavelmente em Navarra". Os separatistas locais reivindicam a aproximação de Navarra, região autônoma distinta onde uma parte da população fala basco, com o País Basco. A Universidade de Navarra, criada em 1952, tem sua origem na organização religiosa católica espanhola Opus Dei. O ETA, que está na lista de organizações terroristas da UE e dos EUA, é considerado responsável pela morte de 824 pessoas em 40 anos de violência pela independência do País Basco. A organização armada retomou sua campanha de atentados, rompendo assim o cessar-fogo de junho de 2007 e matando no total cinco pessoas: três guardas civis, um militar e um ex-vereador socialista basco.