Uma equipe francesa especializada em transplantes cardíacos anunciou nesta segunda-feira (27/10) que um projeto de coração artificial total, desenvolvido ao longo dos últimos 15 anos, será finalmente produzido em escala industrial.
O coração artificial francês foi projetado pelo professor Alain Carpentier, do Hospital Europeu Georges Pompidou, em Paris, e será produzido pela empresa biomédica Carmat, braço do grupo europeu de Defesa e Aeronáutica EADS.
Os corações artificiais devem ser testados no homem "dentro de dois anos e meio", segundo o professor.
Equipes de todo o mundo, principalmente da Ásia e dos Estados Unidos, trabalham em corações artificiais totais para substituir o coração doente de pacientes, com o objetivo de resolver a escassez do órgão para transplante.
"Passamos hoje da pesquisa para a aplicação clínica. Após 15 anos de trabalho, a indústria poderá produzir um coração artificial utilizável no homem", indicou o professor Carpentier à AFP.
Segundo o cientista, os protótipos experimentais criados por sua equipe foram testados em animais, mas também e principalmente "através de simulações digitais".
"O coração artifial está pronto, agora é necessário fabricá-lo industrialmente", afirmou. "Os componentes da prótese" não apresentaram nenhuma "complicação de desgaste".
Ainda de acordo com Carpentier, o projeto soluciona o problema essencial dos corações artificias desenvolvidos até hoje: a formação de coágulos.
A prótese francesa utiliza materiais tolerados com mais facilidade pelo organismo, que o professor Carpentier conta ter inventado para constituir as válvulas cardíacas artificiais atualmente vendidas no mundo inteiro, fabricadas a partir de "tecidos animais quimicamente tratados para evitar a rejeição imunológica".