Montenegro, uma pequena nação nos Bálcãs, reconheceu hoje a independência de Kosovo, província separatista da Sérvia. Os montenegrinos tomaram a decisão apesar da oposição da Sérvia, seu aliado tradicional, e de alertas de que o reconhecimento poderá reacender a instabilidade nos Bálcãs. Logo após a decisão o Ministério do Exterior sérvio informou que o embaixador de Montenegro em Belgrado será expulso.
Montenegro tomou a decisão apenas algumas horas após a Sérvia ter informado que seus embaixadores que atuam em países que reconheceram a independência de Kosovo serão reenviados aos seus postos. Os embaixadores haviam sido retirados em protesto em fevereiro deste ano. Montenegro e Sérvia formaram o mesmo Estado até 2006 e o povo montenegrino lutou ao lado dos sérvios nas guerras dos Bálcãs na década de 1990.
O ministro do Exterior da Sérvia, Vuk Jeremic, disse que a expulsão do embaixador é algo "proporcional" à atitude de Montenegro, porque "os países da região têm uma responsabilidade especial em preservar a paz e a estabilidade nos Bálcãs". Segundo ele, a decisão de Montenegro coloca em risco toda a estabilidade balcânica.
O chanceler de Montenegro, Milan Rocen, afirmou que a decisão, tomada após intensas pressões dos Estados Unidos e de alguns países da União Européia (UE), foi adotada por unanimidade pelos ministros do governo. "Essa não é uma decisão contra a Sérvia, é uma decisão pelo nosso futuro", disse Rocen. Partidários pró-sérvia não fazem parte do governo de Montenegro. Cerca de metade dos 600 mil montenegrinos são partidários da Sérvia e a outra metade é contra. Mais de 50% dos montenegrinos usam o sérvio como língua materna.