BOGOTÁ - A Corte Constitucional da Colômbia amparou o direito de uma criança hermafrodita decidir seu sexo, em uma decisão na qual não acatou um pedido da família para submeter a criança a uma cirurgia de extração dos seus órgãos genitais femininos, informou nesta quarta-feira (08/10) o tribunal.
O pai do menino de cinco anos, que alega que este foi criado como um homem, havia apresentado um direito de tutela para que a justiça obrigasse um hospital a realizar a cirurgia de remodelação genital.
Nessa operação, um ovário seria retirado e uma projeção de vagina com a qual nasceu seria fechada, com o objetivo de permitir o desenvolvimento normal de seu pênis e testículos, segundo o texto da solicitação.
Mas em sua decisão a Corte ressaltou que "o menino superou o limiar crítico da identificação de gênero" e que, portanto, deve ser ele mesmo quem deve tomar a decisão, apoiado por uma equipe de especialistas e por seus pais.
O tribunal salientou que, caso a decisão do menino não coincida com a dos especialistas e de sua família, a operação não poderá ser realizada.