WASHINGTON - A imprensa americana considera nesta quarta-feira (08/10) que o segundo debate entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos, marcado pela cortesia em meio ao crescente rancor na campanha, não mudou o rumo da corrida pela Casa Branca, o que favorece o democrata Barack Obama.
O Wall Street Journal opina que o republicano John McCain foi incapaz de ferir ou refutar adequadamente o democrata Obama, que emerge como o favorito à medida que se aproxima a data da eleição: 4 de novembro.
"Apesar dos melhores esforços de John McCain, o senador pelo Arizona não tirou Obama de sua impassibilidade e não pôde fazer muito para refutar os argumentos do democrata", afirma o jornal econômico. "Isto não é suficiente para modificar a dinâmica da disputa eleitoral", acrescenta.
Para o WSJ, a surpresa do debate de terça-feira à noite em Nashville, Tennessee, foi a proposta de McCain de comprar as hipotecas problemáticas que estão na origem da atual crise financeira global. "Porém, isto não parece ser algo a que os democratas se oporiam, e as eleições são decididas pelas diferenças".
O Washington Post elogia a cortesia do debate, depóis de vários dias de trocas de ataques pessoais e a divulgação de antigos escândalos dos dois lados.
"Como a economia, o tom da campanha foi se deteriorando profundamente antes do segundo debate", afirma um editorial do Post. "A noite passada nos devolveu a civilidade. Aconteceram algumas cotoveladas, mas foram cotoveladas relevantes sobre temas sérios, não distrações inflamatórias".
No entanto, nenhum dos candidatos ajustou suas propostas para o campo econômico para refletir a crise financeira actual, segundo o jornal de Washington.
"Ambos reiteraram grande parte das política econômicas pensadas há meses, ao invés de plataformas adequadas para a nova realidade", afirma, antes de qualificar a proposta sobre compras hipotecárias de McCain de "uma exceção que vale a pena discutir".
Já o New York Times critica McCain e sua candidata a vice, Sarah Palin, por "uma das campanhas mais vergonhosas de que lembramos".
"Noventa minutos de cordialidade forçada não apagaram a violência funesta de sua campanha nas semanas recentes, nem nos deixou com muita esperança de que ele não retornará à mesma violência na quarta-feira", lamenta um editorial. "Nós certamente esperamos mais do senhor McCain", acrescenta o NYT.