BANGCOC - Uma mulher morreu nesta terça-feira (07/10) na explosão de um carro-bomba perto da sede do parlamento em Bangcoc, onde milhares de manifestantes antigovernamentais enfrentaram a polícia.
Segundo o chefe da polícia local, Somchai Chaykli, o carro explodiu perto da sede do partido Chart Thai (Nação tailandesa), não muito longe do parlamento, onde cerca de oito mil pessoas protestavam contra o governo.
A manifestação foi dispersada pela polícia de choque e a violência deixou 65 feridos. Os manifestantes cercavam o Parlamento desde a noite de segunda-feira para impedir que o novo premiê, Somchai Wongsawat, apresentasse aos deputados seu projeto de governo.
Os confrontos começaram na manhã desta terça, quando cerca de mil agentes tentaram expulsar os manifestantes de uma avenida, utilizando bombas de gás lacrimogêneo. Wongsawat afirmou que não vai renunciar ou a decretar estado de exceção.
"Não, não estou considerando em absoluto", afirmou Somchai à imprensa ao ser questionado se pensava em impor um decreto ao reino para acabar com vários meses de protestos que resultaram em atos de violência nesta terça-feira.
Os manifestantes integram a Aliança do Povo para a Democracia (PAD), coalizão de opositores que isola o Parlamento desde 26 de agosto passado.
O PAD, que reúne monarquistas e sindicalistas, afirma que manterá a mobilização até a queda do Partido do Poder do Povo (PPP), controlado por Thaksin Shinawatra, que governou a Tailândia de 2001 a 2006, até ser derrubado pelo Exército e se refugiar na Grã-Bretanha.
Somchai Wongsawat é cunhado de Thaksin e foi eleito pelo Parlamento em 17 de setembro passado, para o lugar de Samak Sundaravej, forçado a renunciar pelo PAD e por decisão do Tribunal Constitucional.
A tensão política cresceu na Tailândia após a prisão dos líderes da oposição Chaiwat Sinsuwong e Chamlong Srimuang, nos últimos dias. Segundo as autoridades, nove dirigentes do PAD são procurados por "insurreição" e "traição".