Phnom Penh, capital do Camboja, se preparava para encerrar mais um dia como qualquer outro. Mas o 6 de outubro de 2008 teve sabor especial para Françoise Barré-Sinoussi ; a francesa visitava o país, onde assinaria acordos para cooperação em pesquisa sobre Aids. Às 17h15 desta segunda-feira (7h15 em Brasília), em entrevista ao Correio, por telefone, ela custava a acreditar que poucos minutos antes havia recebido a melhor notícia de sua vida. A diretora da Unidade de Regulação de Infecções por Retrovírus do Instituto Pasteur (em Paris) tinha sido informada de que se tornara um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina.
Françoise jamais esperava receber a distinção, ainda que tivesse a exata noção da importância da descoberta do HIV, o vírus causador da Aids ; façanha obtida em 1983, ao lado dos cientistas Luc Montagnier (também o mais novo vencedor do Nobel) e Robert Gallo. Em meio a sorrisos, a infectologista parisiense de 61 anos elogiou a atuação do Brasil no combate à Aids e admitiu que a palavra ;cura; ainda está longe de ser uma realidade.
Ouça entrevista em inglês com a francesa Françoise Barré-Sinoussi