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Cientistas desenvolvem nariz artificial

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Cambridge - Cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) informaram nesta segunda-feira (29/09) que estão próximos do sucesso em seus experimentos para criar "narizes artificiais", após terem descoberto uma maneira de produzir receptores olfativos em grandes quantidades no laboratório. Narizes artificiais podem substituir cães usados para detectar drogas e explosivos, além de inúmeras utilidades médicas, como identificar doenças que possuem odores distintos, afirmou Shuguang Zhang, diretor associado do Centro de Engenharia Biomédica do MIT, principal autor do estudo. "O olfato é provavelmente um dos sentidos mais antigos e primitivos, mas ninguém compreende de fato como ele funciona", explicou Zhang. "Ele permanece um enigma torturante". Com o objetivo de recriar o olfato, o projeto RealNose tenta desenvolver artificialmente o mais complexo e menos compreendido dos cinco sentidos. Os sistemas do olfato humano são impressionantes, com quase 400 genes funcionais, embora cães e ratos, por exemplo, possuam um olfato muito mais poderoso, com cerca de 1.000 genes funcionais de receptores olfativos. A variedade de receptores olfativos permite que humanos e animais consigam distingüir dezenas de milhares de cheiros diferentes. Odores individuais ativam múltiplos receptores. Essa ativação simultânea cria uma assinatura usada pelo cérebro para reconhecer e associar cheiros particulares. "A maior barreira para estudar o olfato era o fato de não conseguirmos produzir receptores suficientes", disse por sua vez Brian Cook, cientista que recentemente defendeu sua tese de pós-doutorado sobre o tema. "Agora, isso finalmente tornou-se um material bruto disponível para utilização, e deve possibilitar vários estudos novos sobre o olfato", afirmou. No futuro, a equipe do RealNose planeja trabalhar em parceria com pesquisadores de todo o mundo para desenvolver um instrumento portátil de microfluído capaz de identificar cheiros, inclusive doenças com odores distintos como a diabetes e o câncer de pulmão, pele e bexiga. O estudo será publicado na versão online da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) desta semana.