Os tanques e armas transportados pelo navio ucraniano seqüestrado por piratas no litoral da Somália na última quinta-feira (25/09) tinham como destino o Sudão, país submetido a um embargo da ONU, e não ao Quênia, como informara Nairóbi, afirmou um porta-voz militar americano.
No entanto, o governo queniano voltou a insistir que o carregamento tinha como destino Nairóbi.
"Temos informações que indicam que o barco e seu carregamento se dirigiam para o Sudão", disse Nathan Christensen, porta-voz da V Frota dos Estados Unidos, com base no Bahrein.
"Prefiro não especular sobre isto", respondeu Christensen ao ser questionado sobre para quem, concretamente, as armas eram destinadas.
O porta-voz do ministério da Defesa do Quênia insistiu que os tanques e armas do navio ucraniano tinham como destino seu país e negou que o carregamento seguisse para o Sudão.
"Os governos do Quênia e da Ucrânia têm todos os documentos que provam que o carregamento pertence ao governo queniano e não a compradores sem identificação do Sudão", disse o porta-voz Bogita Ongeri à AFP.
Entre os muitos compradores potenciais do carregamento estão o regime do presidente Omar el-Beshir, os antigos rebeldes do Movimiento de Libertação Popular do Sudão e os vários grupos rebeldes que operam na província ocidental de Darfur, que vive uma guerra civil.
O navio ucraniano "Faina" foi capturado na quinta-feira por um grupo de piratas nas costas da Somália quando supostamente seguia para o porto de Mombasa (sudeste do Quênia).
A tripulação é integrada por 17 ucranianos, três russos e um letão.