PEQUIM - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou nesta quinta-feira (25/09) em Pequim que seu país tem reservas de petróleo suficientes para assumir grandes compromissos de vendas, abastecendo tanto o mercado chinês como os Estados Unidos.
"Eu disse ontem ao presidente (chinês) Hu Jintao na reunião de trabalho: as reservas de petróleo na Venezuela só fazem crescer e crescer", afirmou Chávez no último dia de visita a China. Na quarta-feira, os dois países assinaram acordos energéticos que prevêem a exportação em 2009 de meio milhão de barris de petróleo por dia da Venezuela a China.
"As reservas estão diminuindo em quase todo o mundo. A Venezuela é um dos poucos países, ao lado de Arábia Saudita, Irã e Rússia, que pode assumir compromissos de grande magnitude com todo o mundo", enfatizou Chávez. "Não havíamos entrado na Europa, e já estamos entrando em Portugal. Com a China estávamos no zero há três anos", destacou.
"Isso não afeta em nada nossos planos de fornecimento a nenhum outro país do mundo. Estamos simplesmente diversificando nosso mercado petroleiro", completou, em uma clara referência aos Estados Unidos, maior comprador do petróleo venezuelano, mas país que Chávez trata como inimigo político.
"A única ocasião em quase 10 anos de revolução bolivariana em que a Venezuela não enviou petróleo aos Estados Unidos foi quando me derrubaram", disse, a respeito do golpe de Estado de dois dias que sofreu em 2002, que segundo Chávez foi respaldado por Washington. "Não queremos prejudicar o povo dos Estados Unidos".
"Eu disse apenas que se o governo dos Estados Unidos fizesse a loucura de invadir a Venezuela ou de apoiar outro golpe de Estado, teríamos que tomar uma medida drástica a respeito. Porém, não fizemos, nem temos o plano para fazê-lo, nem queremos fazer", concluiu.