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Identificação das vítimas da matança na escola da Finlândia levará dias

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KAUHAJOKI - A identificação das dez pessoas mortas a tiros na terça-feira em uma escola técnica da Finlândia por um aluno de 22 anos que depois se suicidou levará vários dias, informaram nesta quarta-feira (24/09) as fontes policiais. Segundo o chefe da investigação, Jari Neulaniemi, algumas vítimas ficaram seriamente queimadas no incêndio que Matti Juhani Saari provocou depois dos disparos. Os corpos foram levados para a realização da necropsia em Helsinqui. Todas as vítimas, menos uma, eram colegas de turma do assassino, em sua maioria moças, e estava fazendo um teste escrito no momento em que Saari atacou. O atirador invadiu uma sala e começou a atirar contra todos na escola às 11h da manhã, segundo testemunhas. Os tiros duraram aproximadamente uma hora e meia na escola de Kauhajoki, cidade de 14 mil habitantes do sudoeste da Finlândia, a 360 km a oeste da capital. O ministério do Interior indicou que o atirador havia sido interrogado na véspera pela polícia depois de ter colocado um vídeo no YouTube mostrando um treino de tiro com uma arma na mão. Matti chegou a anunciar suas intenções de realizar uma chacina em um vídeo colocado (e já retirado) no site do YouTube, onde ele era visto atirando várias vezes, no meio de um bosque, com uma arma de punho, apresentada como uma Walther P22 na legenda. O atirador pontua uma de suas séries de tiro levantando a mão esquerda e dando adeus para a câmara. "You will die next (vocês serão os próximos a morrer)", diz ele em um outro vídeo, apontando para a câmara antes de disparar a arma. Esta nova matança numa escola finlandesa acontece um pouco menos de um ano depois do assassinato num colégio de Tuusula, uma tranqüila localidade de 30 mil habitantes a 40km ao norte de Helsinque, onde um jovem de 18 anos matou oito pessoas e se suicidou. Pekka-Eric Auvinen, 18 anos, matou a diretora da escola e cinco adolescentes de 16 a 18 anos, e se suicidou com sua arma semi-automática. A Finlândia adotou inúmeras medidas para evitar que este tipo de drama, extremamente raro em países nórdicos, se repetisse. A Finlândia é o terceiro país do mundo com o maior número de armas de fogo, proporcionalmente à sua população, atrás dos EUA e do Iêmen.