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Camponeses bolivianos que cercavam Santa Cruz suspendem protestos

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La Paz - Os camponeses bolivianos fiéis ao presidente Evo Morales, que cercavam Santa Cruz e ameaçavam invadir a cidade, decidiram suspender temporariamente seus protestos para não prejudicar o diálogo político, informaram fontes do setor, nesta terça-feira (23/09). A decisão foi tomada em uma reunião de sindicatos na localidade de Bulo Bulo, limítrofe entre Cochabamba e Santa Cruz, onde milhares de indígenas bloqueavam a estrada há duas semanas, declarou o dirigente Asterio Romero, em entrevista à rádio estatal Patria Nueva. Os indígenas queriam a renúncia do governador de Santa Cruz, Rubén Costas, um dos líderes da oposição a Morales, e pediam que seus colegas rebeldes de Tarija e Beni assinassem, com Morales, um acordo que está sendo negociado em Cochabamba. O texto em discussão engloba vários temas polêmicos deflagradores da crise na Bolívia. "Decidimos declarar mais uma trégua até o dia 15 de outubro para não dar motivos à direita para abandonar o diálogo. Concordamos em suspender as medidas de pressão, a partir da tarde de hoje (terça-feira)", explicou. A chamada Coordenadoria Nacional pela Mudança (Conalcam), formada por organizações sindicais de camponeses, "cocaleros", mineiros e associados, ratificou a determinação em um comunicado. A suspensão temporária dos bloqueios de estradas e da entrada em Santa Cruz foi justificada porque, alegaram os camponeses, vários de seus pontos foram atendidos, "como a devolução das repartições públicos", invadidas violentamente nas cinco regiões rebeldes. Milhares de camponeses - entre 15.000 e 20.000, segundo a imprensa local - bloqueavam há duas semanas as estradas de acesso à capital da região mais rica do país e permaneciam em quatro povoados, entre 30 km e 80 km de Santa Cruz.