Paris - A França anunciou nesta segunda-feira (22) um reforço de seu dispositivo militar no Afeganistão, no momento em que surge uma polêmica sobre o equipamento dos soldados franceses mortos em agosto durante um confronto com os talibãs.
Assim, o governo francês pretende "tirar as lições da emboscada mortífera" que provocou a morte de dez soldados franceses no dia 18 de agosto perto de Cabul.
O primeiro-ministro francês, François Fillon, denunciou "a mentira e a desinformação" contidas em um documento redigido sobre esta emboscada por um oficial da Otan. Neste documento, o oficial criticou a falta de preparação dos militares franceses.
A chegada à França dos dez caixões suscitou uma grande emoção no país, que não registrava perdas militares tão importantes desde um atentado cometido em Beirute em 1983 (58 soldados mortos).
A Assembléia Nacional se pronunciou nesta segunda-feira em favor da manutenção das tropas, apesar da oposição dos socialistas. O Senado, também dominado pela maioria de direita, deve votar ainda hoje.
Fillon pediu "vigilância" aos países da coalizão internacional durante os ataques contra os rebeldes talibãs, para poupar ao máximo as populações civis.
"Uma bomba não deve criar mais inimigos que elimina", sentenciou o premier francês, num momento em que os Estados Unidos foram obrigados a abrir uma investigação sobre um bombardeio que teria matado 90 civis afegãos no fim de agosto.