CIDADE DO CABO - O Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul, propôs nesta segunda-feira (22/09) ao Parlamento que o presidente Thabo Mbeki deixe suas funções na próxima quinta-feira. O Parlamento analisará na terça esta proposta, apresentada pelo líder da bancada do ANC. A moção devia ser apresentada nesta segunda, mas um pequeno partido de oposição se negou a dar tramitação de emergência.
O vice-presidente do CNA, Kgalema Motlanthe, foi designado nesta segunda-feira presidente da República da África do Sul, em substituição ao renunciante Thabo Mbeki. "Motlanthe será o novo presidente, não um presidente interino. Será o presidente da República (com todos os poderes do cargo) até as eleições gerais previstas para o segundo trimestre de 2009", afirmou o porta-voz do ANC, K.K. Khumalo, ao fim de uma reunião da bancada do partido na Cidade do Cabo.
Mbeki renunciou no domingo, pressionado pelo próprio partido que retirou o apoio a seu mandato por "interferências" na elaboração do documento de acusação de corrupção contra o presidente do ANC, Jacob Zuma. Motlanthe terá plenos poderes durante os meses de governo e não os poderes reduzidos de um mandato interino.
Motlanthe, conhecido por sua moderação, se integrou ao governo de Mbeki há algumas semanas, como ministro da Presidência, para assegurar uma transição tranqüila de poderes à ala de Zuma, que tirou Mbeki da direção da ANC no congresso partidário de dezembro de 2007.
O novo presidente, de 59 anos, é uma das figuras mais populares da nova equipe à frente do partido governista. Seu nome, inclusive, foi mencionado em várias ocasiões como um possível presidente do país, por ser menos polêmico que Zuma.
Nos últimos meses, Motlanthe estimulou uma campanha de reconciliação nacional, destinada a tranqüilizar a minoria branca e os investidores estrangeiros preocupados com a reputação de populista de Zuma.