O maior colisor de partículas do mundo, o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), lançado no começo do mês com grande festa, foi danificado duas vezes e ficará fora de operação por pelo menos dois meses, informaram os operadores no sábado (20/09). A Organização Européia para Pesquisas Nucleares (Cern) disse que uma grande quantidade de hélio vazou no túnel circular de 27 quilômetros construído no subsolo de uma área próxima de Genebra que abrange a Suíça e a França.
O acelerador de partículas começou a operar em 10 de setembro, para o deleite de físicos ao redor do mundo, disparando prótons no túnel circular a quase a velocidade da luz. Mas o LHC teve que ser fechado apenas 36 horas mais tarde, devido a uma falha no transformador elétrico. Essa falha foi reparada, mas um comunicado da CERN disse que um segundo problema aconteceu na sexta-feira, na última seção do túnel, causando o vazamento de hélio.
O porta-voz da CERN James Gillies afirmou que o incidente recente aconteceu a muitos quilômetros do dano anterior e deve levar mais tempo para ser consertado. "Investigações preliminares indicam que a causa mais provável do problema foi uma conexão elétrica defeituosa entre dois imãs, que provavelmente derreteram em alta corrente e levaram à falha mecânica", informou o comunicado.
Segundo a CERN, o setor terá que ser aquecido para ser consertado, o que exigirá pelo menos dois meses de interrupção do LHC. Tais falhas são comuns em colisores designados para uso em temperatura ambiente e o tempo de conserto costuma ser uma questão de dias, disse Gillies. O que demora mais no caso do LHC é o tempo para esquentar a seção e, depois, esfriá-la novamente.
O LHC opera quase a zero absoluto, temperatura mais fria que o espaço interestelar, para obter máxima eficiência.