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Morales nomeia militar como governador de Pando

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, nomeou neste sábado (20/09) um militar como governador interino do distrito rebelde de Pando, o epicentro da violência política da semana passada, onde foram registradas 15 mortes. Evo designou o contra-almirante da Força Naval, Landelino Bandeiras, no lugar de Leopoldo Fernández, que foi detido na quarta-feira (17/09), acusado pelo governo de haver ordenado a matança na região amazônica que faz fronteira com o Brasil. Bandeiras sinalizou que sua missão será pacificar a região. A escolha de um militar na região fronteiriça busca o controle de uma área onde houve denúncias no passado da ação de quadrilhas do narcotráfico brasileiras, peruanas e bolivianas. Neste sábado (20/09), continuaram em Cochabamba as negociações do governo com representantes da oposição para superar a crise, com a participação do presidente boliviano. Morales manifestou a jornalistas seu desejo de concluir as negociações neste final de semana, já que na segunda-feira (22/09) deve viajar a Nova York para participar de encontro das Nações Unidas. As marchas de camponeses leais a Morales até a cidade de Santa Cruz não foram interrompidas, apesar do compromisso inicial de suspender todos os protestos. Ao justificar os protestos, Morales disse que se trata de "mobilizações em defesa da democracia e das instituições do Estado" que foram tomadas e algumas saqueadas por grupos violentos da oposição. A crise política e regional na Bolívia se aprofundou desde o fracasso da Assembléia Constituinte de fechar um projeto constitucional de consenso, há pouco mais de um ano. Foi aprovado um projeto de Carta Magna sem participação do grosso da oposição e essa iniciativa foi rejeitada por líderes regionais que promovem a autonomia de fato em quatro distritos do país: Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija. O projeto de Constituição, que deve ser ratificado em referendo, propõe a reeleição do presidente e promove um modelo de autonomia regional que os opositores rejeitam.