Roberto Bendini, general que nos últimos cinco anos ocupou o cargo de Chefe do Exército argentino, foi removido de seu posto por suspeitas de uso indevido de fundos públicos. O Chefe do Gabinete de Ministros, Sergio Massa, anunciou que Bendini teria pedido sua transferência à reserva. No entanto, segundo rumores no âmbito político, foi a própria presidente Cristina Kirchner que preferiu removê-lo, antes que o escândalo de desvio de fundos crescesse na imprensa.
A gota d'água para a queda de Bendini foi a decisão da Vara Federal da cidade de Comodoro Rivadavia - um tribunal com fama de independente - de processar o general pelo uso, em 2002, de fundos destinados originalmente para a 11ª Brigada Mecanizada, cuja sede era Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz, na época governada por Néstor Kirchner.
Bendini, se for considerado culpado, poderia ser condenado a 10 anos de prisão. Segundo a Procuradoria, em plena crise financeira de 2002, Bendini teria colocado os fundos - um total de US$ 166 mil - em uma conta bancária a seu nome. Hoje à tarde, o Chefe do Gabinete de Ministros anunciou que o novo Chefe do Exército é o general Luis Alberto Pozzi, que era o vice-Chefe do Exército.
No meio desta semana, o Ministério da Defesa removeu outros dois generais, acusados de atos de corrupção em compras de produtos para o Exército. Um deles, Gustavo Schurlein, era o comandante do Terceiro Corpo do Exército, um dos mais importantes do país. Nas últimas semanas, o Ministério removeu um total de seis generais e outros 38 militares de diversas hierarquias por acusações de desvio de fundos públicos.