Washington - A escolha de Sarah Palin como candidata à vice-presidência pelo Partido Republicano levou uma importante organização feminina americana a apoiar o adversário de John McCain, o democrata Barack Obama, na corrida pela Casa Branca.
A National Organization for Women (NOW) "apoiará a candidatura Obama-Biden", anunciou a diretora da NOW, Kim Gandy, em entrevista à Rádio Pública Nacional (NPR, sigla em inglês), em referência a Obama e a seu companheiro de chapa, Joseph Biden.
O influente movimento de mulheres, que "muito, muito raramente se pronuncia em uma eleição geral", rompeu com sua tradição de neutralidade, depois que "a designação de Sarah Palin nos deu um sentido de emergência", justificou Gandy.
"Está sendo apresentada como alguém que apóia os direitos das mulheres (...) como uma feminista, quando, de fato, suas posições em tantos temas são, na realidade, condenadas por nós", disse Gandy.
Ao escolher Palin, uma devota cristã e forte opositora ao aborto, John McCain, surpreendeu sua base conservadora.
"Não há dúvidas de que muitas mulheres acreditam que é uma grande coisa uma mulher concorrer à vice-presidência, mas se sentem completamente consternadas quando descobrem suas posições", acrescentou Gandy à NPR.
"A idéia de que se opõe ao aborto até em casos de estupro e incesto (...) esse tipo de posição está completamente fora de sintonia com as mulheres americanas e, uma vez que tomem conhecimento dessas posições, ficarão menos entusiasmadas com uma mulher disputando a vice-presidência", insistiu.