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Presidentes da Unasul se reúnem no Chile para discutir crise boliviana

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Santiago - Os presidentes de Chile, Venezuela, Equador, Argentina, Uruguai, Brasil, Colômbia e Paraguai se reunirão em caráter de urgência na segunda-feira em Santiago para discutir a crise política na Bolívia, no âmbito da recém-criada União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que viverá sua prova de fogo. A reunião foi convocada no sábado pela presidente chilena, Michelle Bachelet, que exerce a secretaria pro tempore do grupo, recém-institucionalizado no dia 23 de maio passado em Brasília. Bachelet decidiu reunir seus pares latino-americanos para definir posições em relação à grave crise política vivida pela Bolívia, onde uma onda de violentos enfrentamentos já deixou pelo menos 30 mortos. O objetivo é "ver como, a partir da Unasul, podemos tomar uma atitude positiva e construtiva, que permita aproximar as partes, apoiar os esforços do povo e do governo boliviano para ir em busca de uma garantia de seu processo democrático, da estabilidade e da paz na Bolívia", declarou Bachelet. "Não queremos permanecer impávidos diante de uma situação que nos preocupa", insistiu. Bachelet explicou ter decidido convocar a reunião depois de longas conversações com o presidente boliviano Evo Morales, que não participará do encontro. A advertência de Morales no sentido de que um golpe de Estado estaria sendo planejado na Bolívia motivou Bachelet a acelerar a reunião, de acordo com a edição deste domingo do jornal El Mercurio. A reunião acontecerá depois de um almoço no palácio presidencial de La Moneda, no centro de Santiago. O primeiro líder latino-americano a confirmar presença no encontro da Unasul foi o presidente venezuelano Hugo Chávez. Chávez disse que iria ao Chile "porque devemos parar a locura do fascismo na Bolívia" e "agir a tempo, e não depois que derrubarem o presidente Evo Morales". O presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, também viajará para Santiago, e comentou o papel da Unasul na resolução da crise boliviana. "Deve ficar claro que não temos o direito de tomar nenhuma decisão sem que o governo e a oposição da Bolívia estejam de acordo", declarou Lula. O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, também confirmou sua presença, e disse que seu país expressará "uma mensagem de prudência, de apoio à institucionalidade democrática". O único que não deve participar do encontro é o presidente peruano, Alan García, que tem uma viagem ao Brasil programada, e enviará o chanceler José García Belaúnde para representar o país. Os governadores oposicionistas da Bolívia enviaram uma carta a Michelle Bachelet pedindo para participar da reunião e fazendo um apelo para que "as versões de ambas as partes" sejam ouvidas. O encontro de Santiago será o primeiro conflito abordado pela Unasul, menos de quatro meses depois de sua criação. O organismo agrupa doze países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela.