O papa Bento XVI iniciou hoje uma peregrinação ao santuário católico de Lourdes, no sudoeste da França. Ele descreveu o santuário, uma gruta que atrai milhões de peregrinos a cada ano, como "uma cidadela de vida e esperança". Antes de ir a Lourdes,
Em sua homilia, ele condenou a paixão pelo poder, pelo dinheiro e pelas posses materiais. "Será que nosso mundo moderno não criou seus próprios ídolos, imitando, talvez sem querer, os pagãos da antiguidade?", questionou. O principal propósito da viagem do papa à França é a peregrinação a Lourdes no 150º aniversário de uma suposta aparição da Virgem Maria à jovem de 14 anos Bernadette Soubirous, ou Santa Bernadette, em uma caverna local.
A água da fonte descoberta por Bernadette dentro da caverna é considerada milagrosa e o lugar recebe mais de 5 milhões de visitantes a cada ano. "Nós não vamos a Lourdes em busca de milagres. A cura verdadeira é o amor da mãe de Cristo", disse Bento XVI ao iniciar sua peregrinação. O papa tem 81 anos e sua visita acontece quatro anos depois de seu predecessor, João Paulo II, ir a Lourdes em sua última viagem ao exterior; ele tinha 84 anos de idade na ocasião e morreu no ano seguinte
Durante a missa na Esplanada dos Inválidos, em Paris, Bento XVI manifestou a preocupação de que o Ocidente rico tenha transformado o consumismo em um tipo de religião, ignorando suas raízes cristãs de primazia aos valores espirituais. "Essa é a pergunta que todas as pessoas, se são honestas consigo mesmas, não têm como evitar fazer: será que o dinheiro, a sede por propriedades, por poder e mesmo por conhecimento, não desviaram o homem de seu destino verdadeiro?", indagou, qualificando a sede por esses "novos ídolos pagãos" como "um escândalo, uma verdadeira praga"